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Os erros de julgamento humano em O Poderoso Chefão

iDiMi—Os erros de julgamento humano em O Poderoso Chefão

Nossos cérebros dependem de rotinas simplificadas e erram com frequência. É fácil ser enganado — por golpes bem desenhados, gatilhos casuais ou técnicas de influência refinadas. Em A psicologia do julgamento humano, Charlie Munger lista 25 tendências geralmente úteis, mas frequentemente enganosas.

Caímos nelas o tempo todo — ou elas são usadas contra nós. Depois de rever O Poderoso Chefão, segue um breve exame dos equívocos cognitivos dos personagens centrais.

Vito Corleone domina esses gatilhos. Com «super‑reação à recompensa» e um senso de «equidade kantiana», reparte territórios a Tessio e Clemenza, não parentes, e cimenta lealdades. Pela «tendência à reciprocidade», Luca Brasi se infiltra no grupo de Sollozzo e morre. Quando Sollozzo propõe drogas, Vito aciona o «evitar a inconsistência»: oficialmente recusa — drogas distorcem a realidade e facilitam a «negação para fugir da dor» —, mas na prática busca «prova social» entre políticos de Nova York e protege o interesse de longo prazo da família. Já aposentado, procura evitar que seus vieses de «autoridade» e «senescência» contaminem as decisões de Michael; mesmo na limpeza de antigos aliados e de um afilhado, intervém pouco.

Michael Corleone, o segundo Chefão, também é hábil. Ao assumir, aplica a «super‑reação à punição», executando Tessio para afirmar autoridade. No amor, mantém Kay em descompasso. A mente supervaloriza o que está à mão — erro de «disponibilidade/ponderação incorreta». Como na canção: «Se a amada não está aqui, amarei a que está». Escondido na Sicília, sabendo que Kay o espera, Michael se apaixona por Apollonia.

O julgamento de Kay se turva pelo amor. Por «simpatia/amor», «associação simples» e «respeito às razões» — uma lollapalooza — ela segue amando Michael apesar de dois anos sumido e do casamento siciliano. Quando Connie acusa Michael de matar Carlo, Kay vacila; diante do “Não” categórico, decide acreditar no marido.

Connie, mimada desde pequena, cede à «influência do estresse». Ao sofrer violência doméstica, apela para a família. Sonny — tipo exemplar de «excesso de confiança» e «super‑reação à privação» — corre sozinho e cai na armadilha de Sollozzo e Carlo.

Carlo, movido pela «antipatia/ódio» aos Corleone, continua agredindo Connie. Vendo a tolerância aparente do Don, fica ousado — cego ao «erro de contraste» que o leva à ruína.

A máfia entende o «use ou perca». Embora veterano, Michael é treinado repetidamente por Clemenza antes do atentado a Sollozzo; já no carro, Sonny lembra como largar a arma e fugir.

O capitão de polícia e Sollozzo, «otimistas em excesso», subestimam a determinação de Michael em vingar o pai e proteger a família — e tombam à mesa do restaurante.

Publicado em: 2 de out de 2025 · Modificado em: 26 de out de 2025

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